Brasil perde R$22 bi por ano por não usar aquecedor solar de água

O consumo de energia no Brasil bateu recorde em março último, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No período, foram consumidos 44,101 terawatts hora (TWh), o maior índice da série histórica desde 2004, indicando que deverá haver aumento de consumo também no ano todo de 2022 e também nos próximos.

“A falta de investimentos em energia solar térmica pesa no bolso do consumidor. Para se entender melhor a questão, vamos analisar aqui o potencial de economia propiciado pelos aquecedores solares, que tem tecnologia 100% nacional. Para obter essa economia, basta fazer a conta. O consumo de energia elétrica no Brasil em 2021 foi de 500,209 TWh. Sendo que cerca de 7% desse consumo é para aquecer água para banho (chuveiros e outros aquecedores elétricos), chegamos ao número 35,015 TWh. Considerando o custo de 700 milhões de reais o terawatt-hora, ou seja R$ 0,70/KWh para consumidor residencial, o brasileiro gastou 24,51 bilhões de reais para tomar banho em 2021”, diz o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Térmica (Abrasol), Luiz Antonio dos Santos Pinto.

O aquecedor solar pode suprir mais de 90% (fração solar) desse consumo, então o povo brasileiro desperdiça por ano cerca de R$ 22 bilhões por não ter aquecedor solar em todos os domicílios do país.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o avanço da energia solar no país no último ano colocou o Brasil em quarto no ranking de países que mais acrescentaram capacidade solar fotovoltaica no mundo. De acordo com a instituição, o lucro para um investidor em painéis solares pode chegar de 15% a 20% ao ano.

Depois de dois anos de discussão e tramitação no Congresso Nacional, o Brasil conta, agora, com um marco legal para a energia solar. Em vigência desde o início deste ano, a Lei Federal 14.300/2022 institui uma cobrança, que começa a valer a partir de janeiro de 2023, para quem instalar novos painéis fotovoltaicos. A chamada geração distribuída é feita, na maioria dos casos, por painéis solares instalados em casas, condomínios e para as chamadas “usinas solares”, quando um cliente usa energia solar, mas ela está sendo gerada fora da sua casa ou escritório. A legislação também estabelece que quem já tinha instalado o sistema em casa antes da sua publicação ou quem o instalar até início de janeiro de 2023 continua isento da cobrança até 2045.

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